CEFIL - Centro Filológico Clóvis Monteiro
CEFIL – Centro Filológico Clóvis Monteiro
O Centro Filológico Clóvis Monteiro é vinculado ao Departamento de Língua Portuguesa, Literatura Portuguesa e Filologia do Instituto de Letras da UERJ.
O CEFIL é responsável pela publicação da Revista Idioma e pelo trabalho de atendimento e organização bibliográfica do setor de Língua Portuguesa.
Entre suas atividades, destaca-se o projeto de consultoria linguístico-gramatical, criado em 1993 pelo Professor Claudio Cezar Henriques, e cujos serviços estão à disposição das comunidades interna e externa, pessoalmente, por telefone ou pela internet.
Envie suas dúvidas de português para: cefiluerj@gmail.com.
Coordenação
Flávio de Aguiar Barbosa
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E-mail: cefiluerj@gmail.com
CLÓVIS MONTEIRO
(10-09-1898 / 13-07-1961)
Primeiro Professor Titular de Língua Portuguesa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
A VIDA
Clóvis do Rego Monteiro, nasceu no Brasil, estado do Ceará, em 10 de setembro de 1898. Aos dezessete anos, perdia o pai e, como o irmão mais velho estudava Direito no Rio de Janeiro, ficou à frente da família para educar os irmãos menores. Maria Luisa, com quem teve 11 filhos, foi sua companheira de todas as horas.
A vida profissional começou aos 17 anos, no Ceará, colaborando com as revistas literárias Fenix e Colombo e nos jornais Unitário Correio do Povo.
Aos 19 anos tornou-se Professor Normalista da Armada , no Ceará. Em 1920, escrevia a tese de Morfologia e Sintaxe do Substantivo na Língua Portuguesa e, em 1926, publica a tese Da Tendência Analítica na Evolução do Nosso Idioma, visando prestar concurso para o Colégio Pedro II.
Em 1928, fixou residência no Rio de Janeiro. Logo tornou-se Professor do Ensino Secundário do então Distrito Federal. Em 1929, publicou a tese Traços do Romantismo na Poesia Brasileira e, em 1933, escreve a Linguagem dos Cantadores, como candidato a uma das cadeiras de Português do Colégio Pedro II.
Clóvis Monteiro lecionou em outros estabelecimentos de renome: Andrews, Jacobina, Santo Inácio, São Bento e Sion, foi Catedrático e fundador na Faculdade Santa Úrsula, hoje USU, da Faculdade Católica, hoje PUC-RJ e da Faculdade Lafaiette, depois UEG e hoje UERJ. Também lecionou no Instituto Rio Branco, a convite de Guimarães Rosa.
Foi diretor da Escola Secundária do Instituto de Educação (1937), do Colégio Pedro II – Internato (de 1938 a 1947) e Externato (de 1956 a 1961). Ocupou o cargo de Secretário Geral de Educação e Cultura na administração do Prefeito Mendes de Morais, quando criou o almoço escolar, com base em pesquisa reveladora de que o mau rendimento na escola estava diretamente relacionado à deficiência alimentar.
Poeta inspirado, tem a maior parte de sua produção poética bem jovem. Parte desse material foi publicado em 1915 e 1916 no Correio do Ceará.
A OBRA
– Morfologia e Sintaxe do Substantivo na Língua Portuguesa. Fortaleza, Ceará, Gráfica C. Mendes, 1920. Tese apresentada, em concurso, à Congregação do Colégio Militar do Rio de Janeiro.
No seu primeiro trabalho, revela surpreendente familiaridade com os ensinamentos dos expoentes da época. Nota-se já a independência e o espírito crítico que acompanharam sempre a sua atividade intelectual.
– Da Tendência Analítica na Evolução do nosso Idioma. Rio de Janeiro, Pongetti, 1926. Tese apresentada em concurso, à Congregação do Colégio Pedro II.
O conteúdo dessa tese aparece anotado e modificado na primeira parte do livro Português da Europa e Português da América.
– Traços do Romantismo na Poesia Brasileira. Rio de Janeiro, Tip. d’A Encadernadora, 1929. Tese apresentada como candidato à cadeira de Literatura vernácula, especialmente brasileira, na Escola Normal do Distrito Federal.
O autor discorda de pontos de vista de alguns críticos nacionais e defende com segurança e objetividade suas opiniões. É particularmente importante a posição que assume com relação ao papel que os poemas épicos de Basílio da Gama e Santa Rita Durão têm na história da nossa literatura. A esse respeito é citado por Afrânio Peixoto na sua edição de O Uruguai.
– Português da Europa e Português da América. Aspectos da evolução do nosso idioma. Rio de Janeiro, Depositária J.. Leite. A 3ª edição é da Livraria Acadêmica, 1959.
Trata-se de seu principal trabalho. Nas palavras de Joaquim Ribeiro “um livro magistral e definitivo”. A obra compõe-se de três partes: 1- Da Tendência Analítica; 2- Da Influência do Tupi e 3- O Problema Ortográfico.
– Nova Antologia Brasileira. Rio de Janeiro, F Briguiet, 1933. A última edição em vida do autor é a 15ª., de 1960.
Foi a única obra didática de Clóvis Monteiro. São importantes os resumos bibliográficos dos autores que figuram na antologia, as notícias sobre as características dos estilos de época em que se enquadram os textos que se situam entre Romantismo e Modernismo e, principalmente, as 120 notas sobre assuntos gramaticais, motivadas pelos textos.
– A Linguagem dos Cantadores. Segundo textos coligidos e publicados por Leonardo Mota. Rio de Janeiro, 1933. Tese apresentada, em concurso, à Congregação do Colégio Pedro II.
A tese apresenta, inicialmente um vocabulário de 1600 itens, agrupados de acordo com a sua procedência. Seguem-se comentários sobre os usos peculiares ao português do nordeste brasileiro e capítulos que tratam das tendências fonéticas, da morfologia e da sintaxe dos textos estudados.
– Ortografia da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Colégio Pedro II, 1955.
São apresentados documentos referentes à história do sistema ortográfico em Portugal e no Brasil, seguidos de numerosos exemplos ilustrativos das normas vigentes.
– Fundamentos Clássicos do Português do Brasil. Rio de Janeiro, Colégio Pedro II, 1958.
Neste opúsculo, trata do problema da língua nacional do Brasil, analisa as características da língua portuguesa no Brasil colonial e depois da Independência de Portugal e também comenta a situação atual do português do Brasil. Em anexo, relaciona, com comentários, 126 regionalismos lexicais.
– Esboço de História Literária. Rio de Janeiro, Acadêmica, 1961.
Composto com base nos apanhados taquigrafados de Mariana Bastos, aluna do 2º ano do Curso Complementar de Direito do Colégio Andrews, em 1940 este livro veio a lume depois da morte do autor. Nele assume posição crítica e pessoal em face de pontos importantes de nossa história literária.
– Miscelânea Filológica: em honra à memória do professor Clóvis Monteiro. Rio de Janeiro, Ed. do Professor, 1965.
Organizada por Leodegário Amarante de Azevedo Filho, contém artigos de Haroldo Lisboa da Cunha, Átila Magno da Silva, Carlos Henrique da Rocha Lima, Antenor Nascentes, Antônio de Pádua, Padre Augusto Magne, Celso Cunha, Dirce Côrtes Riedel, Eneida Monteiro Bomfim, Evanildo Bechara, Jairo Dias de Carvalho, Joaquim Mattoso Câmara Jr., Joaquim Ribeiro, Leodegário A. de Azevedo Filho, Luís César Saraiva Feijó, Olmar Guterres da Silveira, Sílvio Elia, Tasso da Silveira e Walter Medeiros.
– Sombra e Luz: versos. Rio de Janeiro, s.n. 1988.
Essa é a face menos conhecida de Clóvis Monteiro. Sempre ligado à filologia portuguesa o poeta nos deixa uma obra pequena mas importante. São 36 poemas, na maioria escritos entre 1915 e 1946 e que tiveram sua ortografia atualizada por sua filha, Eneida do Rego Monteiro Bomfim. No ano do seu centenário, os filhos de Clóvis Monteiro e o Departamento de Letras da PUC-RJ publicam Sombra e Luz– Versos, com apresentação da Professora Cleonice Berardinelli, que assim se expressou: “Que cada leitor encontre por si a beleza dos versos e a sua transparência, a deixar ver, através de metros e rimas , uma bela alma humana”.
Texto transcrito, com pequenas adaptações, da página organizada pela família de Clóvis Monteiro, com a autorização de Pedro Monteiro B. Bello
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